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O Banco de Portugal (BdP) anunciou hoje que mantém a decisão de não transferir para o Novo Banco a responsabilidade do Banco Espírito Santo (BES) relativa ao empréstimo concedido pela Oak Finance Luxembourg.
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«Nos termos da lei, os créditos nestas condições não podem ser transferidos para um banco de transição», refere o BdP, em comunicado, reforçando que se trata «de matéria relativamente à qual o Banco de Portugal não pode abrir exceções aos imperativos legais».
A nota do BdP surge depois de a Goldman Sachs International, que ameaçou recorrer aos tribunais, lhe ter apresentado uma reclamação escrita contra a decisão de 22 de dezembro, invocando danos a investidores.
O empréstimo em causa, superior a 706 milhões de euros, foi contraído, segundo o Banco de Portugal, junto do banco Goldman Sachs através da sociedade luxemburguesa Oak Finance Luxembourg.
O banco norte-americano alegou, a 26 de dezembro, que «obteve a confirmação por parte do Banco de Portugal de que toda a dívida sénior do Banco Espírito Santo, como as obrigações Oak Finance, seria transferida para o Novo Banco».
Uma nota da Goldman Sachs, de então, refere que um alto representante do Banco de Portugal lhe confirmou por escrito, a 11 de agosto, «a transferência dessas obrigações sénior para o Novo Banco», acrescentando que igualmente «o Novo Banco respondeu explicitamente que as obrigações Oak Finance se encontravam no seu balanço».
Para o BdP, os elementos apresentados na reclamação da instituição financeira norte-americana, e avaliados por um consultor externo independente, «não permitiram afastar as razões de dúvida, de facto e de direito, que fundamentaram a decisão de 22 de dezembro», nomeadamente que «tenha havido um erro na comunicação oficial ao mercado realizada pela Goldman Sachs em julho».
Além disso, a reclamação «não demonstrou que a Oak Finance não estivesse a atuar por conta da Goldman Sachs International, na concessão do empréstimo que a própria Goldman Sachs International organizou, estruturou e financiou, mediante a tomada firme dos títulos emitidos pela Oak Finance para o efeito».
O BdP dianta que «quaisquer dúvidas remanescentes só poderão ser esclarecidas em tribunal».