O ministro alemão das Finanças rejeitou hoje a ideia defendida pela França e pela OCDE de um fundo de emergência de 1.000 milhões, na véspera da reunião do Eurogrupo, em Copenhaga.
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Incluindo os empréstimos já aprovados e prometidos por Bruxelas aos países em dificuldades, provenientes de diferentes envelopes, e somando também o mecanismo permanente de socorro que entrará em vigor em julho, atinge-se uma almofada anti-crise de «cerca de 800.000 milhões de euros», afirmou Wolfgang Schäuble.
«Penso que se trata de uma boa solução e que devemos defendê-la em conjunto para convencer os mercados financeiros», disse o governante, que deverá defender a mesma ideia esta sexta-feira junto dos seus homólogos da zona euro na capital dinamarquesa.
Em concreto, esclarece Schäuble, esta quantia de 800.000 milhões de euros inclui os 500 mil milhões com que o mecanismo permanente de socorro deve ser dotado ao fim de dois ou mais anos, 200.000 milhões em empréstimos já concedidos pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), um instrumento temporário, à Grécia, Irlanda e Portugal, 50.000 milhões suplementares atribuídos a Atenas e outros 50.000 milhões de um envelope de urgência da União Europeia, entretanto esgotado.
Ainda que as suas contas se refiram a empréstimos já antigos, para o ministro alemão «isto é convincente». Schäuble pouco difere da proposta da chanceler Angela Merkel que tinha mencionado uma barreira de cerca de 700.000 milhões de euros.
No entanto, estes números são inferiores aos que pretende a França e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que defendem que as chamadas 'firewalls' devem ascender a um bilião [milhão de milhões] de euros para proteger a zona euro de um eventual contágio da crise de dívida europeia a Itália ou a Espanha.
«As 'firewalls' são um pouco como o nuclear no plano militar: são feitas para não serem utilizadas, são [instrumentos] de dissuasão», explicou o ministro francês da Economia, François Baroin, em Paris.