Bruxelas conclui que a economia portuguesa ainda apresenta grandes fragilidades
A análise da Comissão Europeia tem em conta os dados mais recentes apresentados no boletim macroeconómico de inverno.
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Bruxelas conclui que Portugal continua a apresentar desequilíbrios macroeconómicos excessivos, mas promete rever a situação do país, embora essa análise em maio seja condicionada à "ambição" do governo no programa nacional de reformas, que será enviado para Bruxelas no próximo mês de abril.
Uma larga acumulação de passivos externos, as dívidas pública e privada e uma elevada percentagem de créditos malparados são fragilidades identificadas na análise da comissão.
O documento tem em conta a tendência de queda do desemprego, que está ainda num nível elevado e num contexto de baixa produtividade.
O crescimento potencial ainda está abaixo do nível anterior à crise, afetado por entraves persistentes e pela rigidez nos mercados de produto e de trabalho, a que se juntam grandes desequilíbrios externos.
A Comissão conclui que o saldo da conta corrente ainda está abaixo do nível necessário para um ajuste significativo dos passivos externos líquidos.
O aumento do salário mínimo também é identificado como um fatores de desequilíbrio, que resulta num aumento dos custos da mão-de-obra.
A dívida privada está em declínio e a dívida pública estabilizou. Por outro lado, a elevada acumulação de crédito malparado ainda está forma de controlo e, juntamente com baixa rentabilidade das pequenas e médias empresas, que contribuem para amortizações de capital relativamente baixas, representam riscos para os balanços dos bancos.
As condições do mercado de trabalho melhoraram, mas o desemprego juvenil e o desemprego de longa duração, bem como a segmentação do mercado, continuam elevados. A dinâmica das reformas enfraqueceu desde 2014 e persistem lacunas nas áreas de mercados de produtos e serviços, competências e inovação.