Bruxelas está menos otimista do que o governo em relação ao défice, mas traça um quadro favorável da economia portuguesa, nas previsões macroeconómicas da primavera.
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O documento começa a esta hora a ser apresentado em Bruxelas. A Comissão Europeia calcula que, no final deste ano, o défice se situe nos 0,9% do PIB e que no próximo ano registe uma nova descida, para os 0,6%. Ainda assim, é uma perspetiva menos otimista do que a do Governo.
No programa de estabilidade, o governo prevê um défice de 0,7%, este ano e de 0,2% no próximo.
Bruxelas apresenta uma explicação para estas diferenças, considerando que a ativação do mecanismo de capitalização contingente do Novo Banco, equivalente a 0,4% do PIB, terá impacto sobre o défice deste ano. Relativamente a 2019, a previsão e feita com base num cenário de políticas inalteradas.
No boletim macroeconómico da primavera da Comissão Europeia, com as previsões para este ano e para o próximo, Bruxelas prevê um crescimento do PIB igual ao cálculo do governo, de 2,3 por cento, em 2018, mas revê em baixa a perspetiva para 2019.
Mário Centeno acredita que o crescimento vai manter-se nos 2,3%, enquanto a Comissão aponta para os 2,0%.
Em relação ao desemprego, Bruxelas faz uma previsão idêntica à do governo, para este ano. Lisboa admite uma taxa de desemprego de 7,6% e a Comissão fala em 7,7. Mas, para 2019, Bruxelas está muito mais otimista, admitindo que Portugal fechará o ano com o desemprego nos 6,8%, enquanto o Governo coloca a fasquia nos 7,2%.
Em relação à pública, algumas diferenças também, nomeadamente em relação a 2019, em que o Governo prevê que a dívida encolha para os 118,4% do PIB e a Comissão aponta para os 119,5%. Este ano, a previsão é sensivelmente a mesma, ambas as previsões na casa dos 122 % do PIB.