Portugal deve basear o seu crescimento económico na capacidade para exportar bens e serviços com elevado valor acrescentado. A recomendação é da Comissão Europeia.
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Perante um cenário que classifica como dramático, dadas as consequências para o mercado laboral, o comissário europeu para a Indústria e Empreendedorismo desafia as empresas em Portugal a apostarem na exportação de bens e serviços com elevado valor acrescentado.
No entanto, Antonio Tadjani nomeia diversos fatores comuns a toda a União Europeia que dificultam uma performance mais competitiva para as empresas exportadoras.
«A procura interna continua anémica. Há um problema o que tem a ver com o acesso ao financiamento, que afeta essencialmente as pequenas e médias empresas. O custo da energia cresceu e é já o mais alto entre os nossos concorrentes: cerca do dobro dos estados unidos e o triplo da china. Em consequência, todos os dias lemos que alguma empresa fecha e vai investir onde os custos da energia são mais sustentáveis», disse.
No entanto, Bruxelas reconhece que Portugal é um dos países com um potenial considerável e pode tirar mais partido das exportações para o mercado internacional.
O comissário diz que o país desenvolveu progressos significativos nos últimos dois anos, mas continua a meio da tabela.
«Na categoria de países com competitividade média baixa está a Itália, Chipre, Portugal, a Eslóvénia, malta e a grécia, que estão substancialmente estáveis nesta posição», sublinhou.
O comissário entende que só empresas mais fortes ajudarão a aliviar o problema do desemprego.
«Na área do emprego a situação é dramática, com jovens que não conseguem trabalho em Portugal, em espanha ou no sul de itália. Para inverter esta situação é necessária uma recuperação muito mais robusta. Mas, ao contrário dos estados unidos, a europa está ainda mais longe dos níveis antes da crise», afirmou.
Na apresentação do relatório anual sobre a competitividade e política industrial dos Estados-membros, o responsável apontou a dificuldade no acesso ao crédito e o peso dactura energética como os principais problemas das empresas europeias.