A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve prejuízos de 36,4 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que compara com os lucros de 8,8 milhões de euros registados no mesmo período de 2012.
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A queda da margem financeira, penalizada pelas baixas taxas Euribor, as imparidades (perdas) com crédito e o aumento dos custos são os fatores a que o banco público atribui o resultado negativo registado entre janeiro e março.
A CGD fechou os primeiros três meses do ano com uma queda de 46,8% na margem financeira alargada face ao período homólogo para 207,9 milhões de euros, o que o banco liderado por José de Matos justifica com os níveis «historicamente baixos das taxas Euribor».
Já a margem complementar cresceu 8,6% para 270 milhões de euros devido quer aos resultados de operações financeiras, que se fixaram em 100,5 milhões de euros (um valor líquido dos ganhos com as operações de recompra de divida própria), quer ao crescimento de 7,1% das comissões liquidas para 126,1 milhões de euros.
Quanto aos custos operativos do grupo, estes cresceram 10%. Depois de vários períodos de queda, a CGD refere que este aumento se deve sobretudo à reposição dos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores do banco, cujos efeitos contabilísticos foram condensados neste trimestre.
Os custos com pessoal do banco, face há um ano atrás, subiram 20,4% para 250.921 milhões de euros.
Nas imparidades, é de relevo o valor de 147,3 milhões de euros nas imparidades (perdas) do crédito líquidas de reversões, um valor significativo, mas que, ainda assim, fica abaixo dos 240,2 milhões de euros de março de 2012.
O banco público fechou também o primeiro trimestre deste ano com uma queda de 5,5% do crédito bruto a clientes face a março de 2012 para 78.305 milhões de euros, com a Caixa a destacar que na atividade doméstica o valor de crédito às empresas é quase o mesmo do final do ano passado, o que leva o banco a cumprir «o objetivo estratégico de continuar a contribuir ativamente para o financiamento da economia».
Ainda em março, o rácio de crédito vencido a mais de 90 dias ficou em 5,6%, um agravamento face aos 4% de março de 2012 e aos 5,3% de dezembro último. Também o rácio de crédito e risco passou de 7,4% em março de 2012 e 9,4% no final de 2012 para 9,5% em março de 2013.
Do lado dos depósitos, estes fixaram-se em 65.329 milhões de euros em março, mais 0,5% do que há um ano, mas menos 0,3% do que em dezembro de 2012. Só na atividade em Portugal, a CGD destaca que os depósitos de particulares subiram 1,4% face a março de 2012.