As centrais sindicais consideram «inaceitável» a proposta de orçamento comunitário, esperando que o Governo defenda os interesses nacionais e ponha a tónica numa política de crescimento.
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Unidas em defesa do interesse nacional, CGTP e UGT concluem que a proposta de orçamento comunitário é prejudicial para o país e lamentam que existam cortes numa altura em que se exige uma política de crescimento.
«Nós achamos que o orçamento é inaceitável para Portugal. É inaceitável um corte nos fundos de coesão, é inaceitável o corte nas políticas agrícolas, é inaceitável uma política europeia que nada tem a ver com perspetivas de crescimento de emprego. Nós temos a noção que a manutenção deste orçamento ligado a uma estratégia de austeridade e não a uma estratégia de crescimento de emprego será profundamente negativo», disse João Proença, secretário-geral da UGT, antes do início da reunião de Concertação Social.
O encontro entre os parceiros sociais e o governo começou às 14.30 e conta com as presenças do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas; do ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares e do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Morais Leitão, que vão informar sobre a posição e estratégia defendida pelo Executivo sobre a proposta do Conselho Europeu.
«Nós esperamos é que o governo português assuma uma posição forte contra (o Conselho Europeu) mas parece que o primeiro-ministro diz que nunca seria uma minoria de bloqueio. Que assuma claramente uma posição ligando-se a outras pessoas que queiram assumir esses bloqueios», acrescentou ainda João Proença.
Para Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, a redução proposta pelo Conselho Europeu «não passa pela cabeça de ninguém» porque, afirmou, vive-se um quadro em que a Europa precisa de crescimento económico e de emprego e a proposta «que agora é apresentada pelo presidente do Conselho Europeu» é de redução do orçamento relativamente ao plano que neste momento está em vigor.
«O que se perspetiva neste momento é a necessidade de promover uma política que dinamize a economia na Europa, que promova o crescimento económico, crie empregos, mas aquilo que se está a verificar é uma redução do orçamento e, neste caso concreto, com prejuízo para os países como Portugal, que precisam de mais apoios para dinamizarem a economia e promover a coesão social», acrescentou.