As instituições europeias deixam elogios, mas pedem reformas ambiciosas e um maior esforço de contenção orçamental este ano. E avisam que impacto da CGD não está decidido.
Corpo do artigo
A forma como o governo conseguiu cumprir as metas orçamentais é considerada como "louvável", mas a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu deixam vários avisos sobre o futuro das contas públicas, no âmbito da sexta missão de supervisão pós-resgate.
"O ajustamento do défice estrutural subjacente está em risco de desvio significativo em relação aos requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento, refletindo um esforço de consolidação estrutural insuficiente", dizem as instituições europeias em comunicado.
Por isso, pedem mais contenção na despesa e sugerem que Portugal aproveite os ganhos que o crescimento económico proporcionam para acelerar a redução do défice e da dívida.
CE e BCE querem uma "consolidação orçamental sustentada" e "reformas ambiciosas que favoreçam o crescimento", para que a economia portuguesa resista aos choques e melhore as perspetivas de crescimento a médio prazo.
As instituições europeias reiteram também os alertas em relação ao setor bancário. Apesar de reconhecerem "progressos positivos", afirmam que a recuperação "ainda não se encontra concluída", porque há problemas de rendibilidade, de capital e crédito mal parado. E avisam que está por definir o impacto da recapitalização da CGD no défice.
Para lá dos desafios, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu elogiam, uma vez mais, os progressos alcançados, notando que "a situação económica e financeira de Portugal, a curto prazo, melhorou".
TSF\audio\2017\07\noticias\05\vro
As duas instituições sublinham o investimento feito pelas empresas, que "começou recentemente a contribuir para a recuperação", e o "crescimento dinâmico no setor das exportações", com destaque para o turismo e, recentemente, a construção.
Destacam também as melhorias no emprego, considerando que, em parte, se deve "ao êxito das reformas aplicadas pelas autoridades portuguesas, há alguns anos".