A alemã E.ON promete investir nas renováveis em Portugal e é com base neste investimento que a empresa acredita que tem hipótese de vencer o concurso para a privatização da EDP.
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O valor de 8,5 mil milhões de euros que a agência Lusa referia como a oferta de compra da E.ON, citando a revista alemã Der Spiegel, trata-se do valor bolsista da EDP.
Segundo a revista, em reunião realizada na quinta-feira, o conselho fiscal da E.ON deu "luz verde" ao presidente executivo, Theyssen, para avançar com a operação, que consiste na compra a Portugal da sua quota de 21,35 por cento na EDP.
O governo PSD/CDS reduziu recentemente a quatro os candidatos à compra da referida quota, dando também preferência aos alemães.
Além da E.ON, os outros candidatos escolhidos foram as brasileira Electrobras e Cemig e chinesa Three Gorges.
Portugal tenciona concluir o processo de privatização da EDP, incluído nas medidas de ajustamento orçamental negociadas com a "troika", até ao final deste ano.
Segundo a imprensa alemã, a participação da E.ON na EDP é encarada como parte da nova estratégia da maior empresa alemã do ramo para investir mais em energias renováveis em Portugal, nomeadamente na energia eólica e na energia solar.
Com a aquisição da EDP, o gigante alemão podia tornar-se líder do mercado mundial no sector das renováveis, segundo as mesmas fontes.
Além disso, a EDP opera no Brasil, o que também foi importante para despertar o interesse germânico na empresa liderada por António Mexia.
Segundo o Der Spiegel, a transacção deverá estar concluída ainda este ano e embora a E.ON suponha que os investidores chineses tenham feito uma proposta mais avultada, acham que terão hipóteses de ganhar o concurso, graças aos seus planos de investir nas energias renováveis em Portugal.
Assim, se o governo português decidir vender a sua quota na EDP à E.ON, esta poderá deslocar para Portugal os departamentos que estarão envolvidos nos projectos com fontes renováveis, adianta o semanário de Hamburgo.
A E.ON recusou-se, até agora, a comentar a notícia.
Contactado pela TSF, o Ministério das Finanças recusou tecer qualquer comentário.