A ministra das Finanças participa hoje numa reunião do Eurogrupo onde dará conta aos parceiros das conclusões das recentes avaliações da troika. O encontro vai também servir para analisar a situação de outros países sob programa de assistência financeira.
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É com surpresa que fontes do Eurogrupo, contactadas em Bruxelas, reagem ao desejo irlandês de encerrar o programa de ajustamento já em dezembro, acrescentando com algum ceticismo que «é preciso esperar para ver».
No entanto, este responsável, que participou em todas as reuniões de preparação do encontro do Eurogrupo desta segunda-feira, no Luxemburgo, nota que a Irlanda tem apresentado resultados «bastante positivos», e que, nos últimos meses a trajetória de evolução é diferente da portuguesa.
Em relação ao programa português, o desejo da Irlanda encerrar o programa de ajustamento «pode ter duas leituras», admitido que uma delas é que «Portugal fique um pouco mais desacompanhado», tendo em conta que «o trajeto, nestes últimos meses, não tem sido exatamente o mesmo do da Irlanda», afirmou este responsável do Eurogrupo, sem no entanto nomear o chumbo de medidas com impacto orçamental, pelo Tribunal Constitucional, ou os percalços na coligação PSD/CDS-PP.
Ouvido pela TSF, este dirigente do Eurogrupo acredita que pode haver uma leitura mais otimista caso a Irlanda seja capaz de regressar aos mercados sem ter de recorrer a um programa cautelar.
Se assim for, então pode «haver um reforço da confiança dos mercados sobre a evolução dos programas de assistência», mostrando que tal é possível, e deixando caminho aberto para que outros países, como Portugal, sigam os passos da Irlanda.
Este encontro do Eurogrupo antecede uma reunião dos 28 ministros das Finanças da União Europeia, na terça-feira, onde será feita uma análise da situação atual nos países sob assistência financeira (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha.