O Comissário Europeu para os Assuntos Financeiros e Monetários, Olli Rehn afirmou hoje que um terceiro resgate à Grécia não é a única opção, admitindo uma extensão dos prazos de pagamento para os empréstimos concedidos.
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Em declarações ao jornal finlandês "Helsinging Somat", Rehn admitiu a possibilidade de se «melhorar a sustentabilidade da dívida [grega], por exemplo, através da extensão dos prazos de devolução dos empréstimos».
«A questão chave é a capacidade da Grécia de concretizar as reformas do atual programa e de conseguir, nas suas finanças públicas, um excedente primário estrutural», acrescentou.
Esta posição do também vice-presidente da Comissão Europeia (CE) surge após o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, ter afirmado que a Grécia iria necessitar de um novo resgate, o terceiro, depois de já ter visto aprovados dois programas de ajuda financeira no valor total de 240 mil milhões de euros.
Recorde-se que o programa de resgate da Grécia será alvo de uma nova revisão, no outono, por parte da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e CE), estando a necessidade de um novo resgate dependente do sucesso e do ritmo da necessária reestruturação da economia helénica.
«Neste contexto, vamos avaliar também a possível continuação do plano e o seu financiamento», referiu Olli Rehn, sem avançar mais detalhes, num 'e-mail' enviado ao diário finlandês.
Na mesma linha, a porta-voz da CE, Chantal Hughes, citada pela EFE, veio hoje sublinhar os progressos substanciais que a Grécia tem feito na reestruturação da economia e esclareceu que, até ao outono, não será avaliada a eventual necessidade de um terceiro resgate ao país ou de outras opções alternativas.
Na conferência de imprensa diária da Comissão, Chantal Hughes afirmou que a posição da CE relativamente à Grécia e ao programa grego não se alterou substancialmente nos últimos dias.
«A implementação do programa grego está a decorrer de forma consistente, coerente e eficiente» em circunstâncias "muito difíceis», sublinhou Hughes com base nas últimas conclusões da 'troika', de julho passado.
«Estão a colocar as suas finanças públicas em ordem e estamos a tentar garantir que a dívida grega seja novamente sustentável. Há progressos em aspetos vitais para garantir o crescimento e que a economia regresse novamente a terreno firme», acrescentou.
Recordando que na última reunião do Eurogrupo, em julho, os ministros das Finanças da zona euro felicitaram as autoridades gregas por continuarem empenhadas na implementação das reformas acordadas, a porta-voz da CE afirmou que «o próximo passo é uma revisão da 'troika' que ocorrerá no outono, a fim de analisar a situação da economia grega com mais detalhe e também para apreciar a implementação do programa».
«As coisas estão a seguir o seu curso normal. Veremos o que sairá da revisão prevista e tendo por base essa revisão poderemos avaliar a situação e estudar o que será necessário», sustentou Hughes.