O primeiro-ministro dá conta dessa diligência do ex-presidente do BES na resposta às questões que lhe foram colocadas no âmbito da comissão parlamentar de inquérito.
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Pedro Passos Coelho relatou que teve duas reuniões com o líder histórico do Banco Espírito Santo (BES), a 07 de abril e a 14 de maio de 2014.
Na reposta escrita que fez chegar à comissão, o chefe do governo revela que a segunda audição «tinha o propósito de sensibilizar e procurar o apoio do Governo para um plano de financiamento visando acudir ao desequilíbrio económico-financeiro do Grupo Espírito Santo (GES)».
O plano apresentado por Salgado «como sendo de saneamento do setor não financeiro do Grupo, pressupunha a disponibilização de linhas de financiamento de longo prazo suportadas por troca de ativos entre diversas entidades bancárias, particularmente a Caixa Geral de Depósitos», escreveu o primeiro-ministro nas respostas dirigidas aos grupos parlamentares que integram esta comissão.
O primeiro-ministro garante também que não discutiu com os membros da 'troika' os problemas que se foram acumulando no Grupo Espírito Santo (GES) e no Banco Espírito Santo (BES).
Questionado sobre se «alguma vez reuniu ou discutiu com os membros da 'troika' [Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI)] a questão do BES», o governante respondeu que «não».
Passos Coelho relatou aos deputados que teve conhecimento da decisão de resolução do BES no dia 01 de agosto de 2014, através da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que, segundo o primeiro-ministro, também só foi informada nessa data da decisão tomada pelo Banco de Portugal (BdP).
De resto, o primeiro-ministro referiu que foi acompanhando com a ministra das Finanças, em articulação com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, bem como, «quando necessário», com o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, «os principais desenvolvimentos que acabariam por conduzir à decisão de resolução do BES por parte do BdP».