João Loureiro: Ajuda ao Chipre deve funcionar como alerta para outros países europeus
O peso da economia do Chipre na Zona Euro é muito leve, mas caso se confirme o pedido de ajuda é o quinto país a ser alvo de intervenção. O professor universitário, João Loureiro, considera que este devia ser mais um alerta para os responsáveis europeus.
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João Loureiro compara o peso das economias portuguesa e cipriota para dizer que se Portugal significa muito pouco, o Chipre vale quase nada.
O professor da Faculdade de Economia do Porto diz que os problemas do Chipre são comparáveis aos de Portugal e da Grécia.
Para que se compreenda melhor, João Loureiro recorre ao exemplo do Japão, o país com a maior dívida pública do mundo, cerca de 200 por cento, mas sem entraves ao financiamento.
«Apesar do Estado ter uma elevada dívida, os residentes no Japão ainda conseguem emprestar dinheiro ao estrangeiro, no caso do Chipre, tal como era o caso de Portugal e da Grécia, para além da dívida do Estado, depois os agentes privados, via sistema bancário, pediam muito dinheiro ao estrangeiro. E portanto, esse é o problema, deixou de haver financiamento externo e liquidez na economia», realça.
Sem se conseguir financiar, o Chipre vai ter de um resgate, acredita João Loureiro, o que significa que os cipriotas têm a austeridade à porta, mas os outros europeus não devem sofrer ainda mais com a assistência a Chipre, já que a economia do país pouco pesa na zona euro.
João Loureiro prefere acreditar que a queda de mais um país europeu vai abrir definitivamente os olhos da Europa.
A confirmar-se o pedido de resgate de Chipre será o quinto na Zona Euro.
João Loureiro não arrisca um valor, mas tendo em conta que o país vale apenas 0,2 por cento do PIB da chamada Eurolândia, o professor de economia não acredita que seja um valor muito elevado.