Os indicadores económicos apresentam um panorama que «não poderia ser mais sombrio» obrigando a cortes de 16500 milhões de euros no défice em 2012, afirmou Mariano Rajoy.
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Rajoy, líder do Partido Popular (PP) e vencedor das eleições legislativas de 20 de novembro com uma maioria absoluta histórica, deverá ser formalmente votado no cargo na terça-feira e empossado, no dia seguinte, numa cerimónia perante o rei Juan Carlos.
Num discurso dominado pelos temas económicos, Rajoy recordou os dados macroeconómicos negativos com que se enfrenta a economia espanhola, com mais de cinco milhões de desempregados (quase 23 por cento de desemprego), o índice de desemprego de 46 por cento e um elevado défice público.
«Quando se ultrapassam os cinco milhões de desempregados, acontecem duas coisas: que cinco milhões de pessoas e as suas famílias sofrem as consequências do desemprego» e que, com a queda do consumo, se põe em perigo a Segurança Social, advertiu. «Podemos fazer uma ideia do dramatismo da situação», disse.
Rajoy afirmou, por isso, que o novo governo será julgado pelo que consiga fazer e não pelo que tente fazer, estabelecendo um patamar mínimo de 16500 milhões de euros de cortes no défice público em 2012.
«Este é o objectivo e este é o nosso compromisso», afirmou, admitindo que é um cálculo feito com base nas previsões actuais do Governo.
O futuro primeiro-ministro espanhol destacou ainda que o crescimento económico e a criação de emprego como prioridades do executivo, que «não pode estar alheio» às dificuldades do país.
«Quando se cria emprego, cresce a liberdade. Temos que semear com urgência se queremos que nasça antes possível a nova colheita de emprego», disse-
«Temos que fazer grandes reformas, mas pensando em algo mais que reduzir o défice, criar emprego, corrigir o nosso modelo educativo e melhorar o nosso serviço sanitário. A pensar no que Espanha necessita não no ano quem vem, mas nos próximos 20 anos», afirmou.