A TSF sabe que ainda não foi encontrada uma solução que satisfaça plenamente as exigências dos reguladores (CMVM e BCE). É essa, fundamentalmente, a peça que falta para que o negócio seja fechado.
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Fontes contactadas pela TSF esta tarde dizem que as partes diretamente envolvidas no negócio - o BPI, o banco catalão CaixaBank, e a empresária angolana Isabel dos Santos - continuam a discutir o assunto. Numa altura em que faltam pouco mais de 24 horas para o fim do prazo dado pelo BCE, para que o BPI resolva o problema da excessiva exposição a Angola, a TSF sabe que o processo ainda não está fechado, estando a esta altura dependente de acertos entre as partes e os reguladores.
O prazo fixado pelo BCE termina este domingo, e a partir de segunda-feira o BPI ficaria à mercê de multas diárias do Banco Central Europeu, caso não resolvesse o problema da concentração excessiva em Angola, um mercado que perdeu, aos olhos do BCE, a "equivalência de supervisão".
A mudança de cenário aconteceu em dezembro de 2014. Foi nessa altura que o BCE deixou de equiparar a supervisão angolana à europeia, classificando os investimentos da banca portuguesa em Angola como operações de risco. Há mais de um ano, portanto, que o BPI tem vindo a tentar resolver o problema, sendo que no início do mês passado o BCE definiu um prazo-limite de 40 dias para que o banco liderado por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich resolvesse o problema.
A solução passa por um negócio entre os espanhóis do CaixaBank - maior acionista do BPI, com 44,1% do capital -, e Isabel dos Santos, que controla 18,6%. Este é um negócio que já foi dado como encerrado por diversas vezes nas últimas semanas, mas que, ao que a TSF conseguiu apurar, ainda não está fechado. Ao que foi possível confirmar, junto de fonte ligada ao processo, o problema reside a esta altura, não apenas no acordo entre as partes, mas antes na necessidade de encontrar uma solução que satisfaça plenamente as exigências dos reguladores - CMVM e BCE.