OE2013: Santana Lopes diz que proposta «é sufocante» e antevê discussão complexa
O ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes classificou hoje a proposta de Orçamento do Estado para 2013 como «sufocante» e disse antever uma «discussão complexa», advertindo que é fundamental haver negociação.
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«O Governo vai ter agora o processo de discussão na especialidade. Em termos políticos vai ser um processo muito complexo, por causa da coligação e do seu funcionamento interno mas também por causa da envolvência social», afirmou Santana Lopes.
O ex-primeiro-ministro intervinha como orador numa conferência dedicada ao Orçamento do Estado para 2013, que decorre na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Pedro Santana Lopes manifestou-se contra «atitudes dogmáticas» e defendeu que «é importante que seja possível negociar na Assembleia da República» e «nomeadamente com o Partido Socialista».
Questionado à margem da conferência sobre se a coligação PSD/CDS-PP que suporta o Governo na Assembleia da República tem condições para se manter, face às divergências assumidas, Santana Lopes afirmou apenas que «foi público que a coligação sofreu um abalo» mas tem «a obrigação de recuperar».
O ex-primeiro-ministro, que atualmente é provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, considerou que a proposta de Orçamento, entregue segunda-feira no parlamento, "é sufocante da vida das famílias e em vários aspetos da vida das empresas".
«É um caminho duro. Eu tenho defendido que é o caminho possível para termos respeito internacional», admitiu, sublinhando que, na sua opinião, «a questão principal da economia portuguesa é a melhoria e o aumento da produtividade e a concertação social».
Santana Lopes desvalorizou o significado da declaração do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, segundo a qual o Governo «não tem qualquer margem de manobra» afirmando que «os ministros das Finanças são mais duros».
«O Governo não pode e não deve ser dogmático e tenho a certeza que o primeiro-ministro não o é e que o resto do Governo espero que não o seja», afirmou, defendendo que é «essencial que não haja uma atitude arrogante na discussão na especialidade».
Na sua intervenção na conferência, o ex-líder do PSD defendeu ainda que para o Governo «ter legitimidade» para impor o seu caminho «é fundamental» que à redução da despesa com as Parcerias Público Privadas «se juntem outras».