
Foto: Artur Machado / Global Imagens (arquivo)
À TSF, o presidente da Associação das Organizações da Pesca do Cerco diz que foram capturadas 34.406 toneladas de sardinha, o que corresponde a toda a quota definida para os portugueses. Humberto Jorge afirma, por isso, que este foi um "ano bastante positivo"
A pesca da sardinha com cerco fecha esta quarta-feira para proteger o recurso e só vai reabrir em 2026, sendo proibido o desembarque e venda deste peixe, avisou a Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).
"Entre as 00h00 do dia 3 de dezembro de 2025 e até à reabertura da pesca em data a determinar em 2026, é proibido manter a bordo, desembarcar, expor para venda ou vender sardinha capturada com cerco, exceto, a título acessório, até 10% do total desembarcado em cada maré", lê-se num despacho da DGRM.
A quota da sardinha tem gestão partilhada entre Portugal e Espanha.
Para a frota portuguesa de cerco foi definido um limite máximo de capturas e descargas de sardinhas de 34.406 toneladas, ou seja, 66,5% do total acordado com Espanha.
Tendo em conta que este limite deverá ser atingido no curto prazo e face à necessidade de proteger o recurso, foi decidido encerrar a pesca da sardinha.
À TSF, o presidente da Associação das Organizações da Pesca do Cerco diz que foram capturadas 34.406 toneladas de sardinha, o que corresponde a toda a quota definida para os portugueses. Humberto Jorge afirma, por isso, que este foi um ano positivo para a pesca deste peixe.
"À semelhança de outros anos, 2025 foi bastante positivo, não só porque capturámos a quota que estava definida, mas porque a sardinha era de boa qualidade em termos de tamanho e teve muita procura", explica à TSF Humberto Jorge, sublinhando que este foi o primeiro ano em que a sardinha foi capturada e comercializada com o selo MSC, "uma certificação ambiental e de sustentabilidade".
Sobre o tamanho da sardinha capturada em 2025, Humberto Jorge afirma que satisfez as expetativas da indústria que trata este peixe: "Foi entre as 14 e as 18 peças por quilo até às 20 peças por quilo, tendo sido possível satisfazer as necessidades da indústria conserveira e daí a procura por este setor."
Para 2026, o presidente da Associação das Organizações da Pesca antecipa boas marés no que diz respeito ao "recurso e à frota". Humberto Jorge sublinha ainda que a limitação da pesca da sardinha é uma medida positiva que salvaguarda a qualidade do produto.
"Esta medida surgiu na altura do plano de recuperação. É uma medida importante para que o recurso se mantenha saudável e permita, depois, no tempo certo, ter volumes de capturas e de comercializações bastante bons e, assim, podemos satisfazer no timing certo os nossos principais clientes", acrescenta.
