No último dia da visita aos EUA, Cavaco Silva deu uma aula na Universidade de Stanford, onde reconheceu que nem sempre a comunicação entre governos europeus e cidadãos tem sido eficaz.
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A dez dias de uma greve geral, Cavaco Silva disse nos EUA que tem havido dificuldades na Europa em explicar que algumas medidas de austeridade são essenciais.
«Esta crise criou um problema na relação entre os governos e as pessoas porque implica medidas duras. Os governos têm tido também dificuldade em explicar às pessoas que algumas medidas são cruciais para ultrapasar os problemas», afirmou.
O Presidente da República falava na Universidade de Stanford, em Palo Alto, na Califórnia, sobre a crise da zona euro, onde apontou alguns caminhos para solucionar o problema do velho continente. A desvalorização da moeda seria um deles.
«Como português, preferia uma depreciação do euro face ao dólar», declarou.
Sobre a possibilidade de ser criado um euro a duas velocidades, onde num lado estariam os países ricos e no outro os países com dificuldades, Cavaco Silva diz um não veemente e puxa do sentido de humor.
«Talvez Itália, Espanha, Portugal, Grécia. Não estou seguro quanto ao lugar da França, mas deixemos isso de lado. Tenho a certeza que isso não vai acontecer. Seria uma desgraça para os dois blocos», comentou.
Defendendo o euro e pedindo uma acção rápida por parte da Europa, o chefe de Estado frisou que é preciso também alguma compreensão por parte dos «nossos amigos e parceiros». Leia-se, no caso, EUA.