A ideia dos partidos da maioria é reforçar a repartição dos sacrifícios. Contudo, PSD e CDS reconhecem que as propostas praticamente, não vão aumentar as receitas.
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Na Assembleia da República, PSD e CDS-PP apresentaram, esta tarde, 73 propostas de alteração do Orçamento do Estado para o próximo ano, para tirar mais aos que mais podem.
«Como por exemplo, a aplicação de uma taxa de solidariedade a rendimentos superiores ao último escalão de IRS, uma taxa de 2,5 por cento», este é apenas um exemplo, dado por Luís Montenegro, que ao lado do líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, reconheceu que são propostas com um impacto quase nulo nas receitas do Estado.
«Tratam-se de medidas que têm uma natureza eminentemente simbólica. Todos nós sabemos que elas não darão folga suficiente para mudar nenhuma das medidas principais do Orçamento do Estado, temos a noção perfeita disso. Mas achámos que era ainda possível fazer um esforço adicional para demonstrar que há um princípio de justiça e de equidade em todas as propostas do OE», explicou.
Um «esforço adicional», sublinhou a maioria, que não é para responder nem às preocupações do Presidente da República, nem às propostas do PS.
«Nós não estamos empenhados em fazer aqui nenhum campeonato de teimosia em querer demonstrar quem é mais teimoso do que o outro. Nós estamos empenhados em que Portugal percorra um caminho de ajustamento financeiro que não tenha falhas», frisou Luís Montenegro.
O PSD já tinha dito, esta manhã, que as propostas que o Partido Socialista apresentou para alteração ao OE2012 não vão ser aceites pela maioria, por isso, o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro lançou um desafio ao PS.
«As propostas tal qual foram apresentadas não têm consistência financeira para poderem ter a nossa aceitação. Se eventualmente, o PS puder apresentar uma reformulação capaz de não ferir os princípios que estão subjacentes à proposta de Orçamento do Estado, nós mantemos a nossa disponibilidade», garantiu.