Já terminou a audição do antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, na CMVM. Salgado foi ouvido por investigadores do regulador do mercado suíço, no âmbito da falência do Banque Privée. A audição tinha começado no início da tarde.
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O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado deslocou-se hoje «voluntariamente» à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para prestar esclarecimentos junto do regulador suíço sobre o Banque Privée Espírito Santo, informou o seu advogado.
Ricardo Salgado, «na qualidade de ex-administrador não executivo do Banque Privée Espírito Santo [BPES], deslocou-se à CMVM a fim de colaborar, voluntariamente, com a entidade de regulação suíça (FINMA) no que se refere ao apuramento de factos relacionados com o BPES», diz nota enviada à agência Lusa pelo seu advogado, Francisco Proença de Carvalho.
A SIC Notícias havia avançado de manhã que Ricardo Salgado estava a ser ouvido na CMVM sobre o Banque Privée, informação confirmada horas depois pelo advogado do ex-banqueiro.
A CMVM, contactada pela TSF, não quis comentar a informação.
O GES detinha na Suíça o Banque Privée Espírito Santo, uma das "vítimas" da falência de várias holdings do grupo, e esse será um dos motivos que levou a FINMA, supervisor do mercado financeiro suíço, a interrogar Ricardo Salgado.
A ação da FINMA começou esta quinta-feira e deverá continuar amanhã. O regulador suíço não quer ouvir apenas Ricardo Salgado, mas também outros antigos administradores do BES e do GES. Alguns, adianta o Expresso, recusaram-se a prestar declarações.
O Banque Privée é apenas um dos assuntos que está na mira da FINMA. Eram membros do conselho de administração do Privée José Manuel Espírito Santo Silva (presidente), Michel Renaud (vice-presidente), Ricardo Salgado, António Ricciardi, Jean-Claud Blanc e, entre outros, Catarina Salgado Amon.
A auditoria forense ao BES, pedida pelo Banco de Portugal, revelou que a instituição liderada por Salgado tinha usado as suas sociedades financeiras no Panamá e na Suíça para continuar a financiar o grupo Espírito Santo. Uma desobediência potencial que pode levar a sanções da administração do BES.