O secretário-geral do PS disse que a avaliação da "troika" ao cumprimento do memorando por Portugal não o surpreende, mas lamentou que essa nota positiva signifique mais recessão.
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«[Eles] vão dizer que o memorando está a ser bem aplicado, mas o que eu disse à "troika" é que essa boa aplicação, nas palavras deles, significa para mim menos emprego, mais recessão e destruição de parte do nosso aparelho produtivo. Considero que tem de haver um bom balanço entre as medidas de austeridade e o apoio ao investimento, sobretudo às empresas, porque são as empresas que preservam os postos de trabalho», disse.
Estas declarações foram proferidas a meio de uma visita ao Salão Internacional do Sector de Alimentação e Bebidas (SISAB), no Parque das Nações, que junta expositores de centenas de marcas nacionais e cujo certame foi visitado segunda-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O líder do PS insistiu na necessidade de dar mais um ano para aplicar o acordo.
Questionado pelo jornalistas sobre se o PS voltaria, agora, a assinar o documento para a ajuda externa, Seguro respondeu que «um dos grandes deveres de ser político é sobretudo voltar-se para o futuro, construir e trabalhar apenas naquilo que pode mudar», porque já não é possível alterar o «passado».
Frisando que Portugal vai cumprir os seus compromissos, o socialista frisou o que o distingue de Passos Coelho. Ele, ao contrário do primeiro-ministro, considera que é possível «cumprir esse compromisso pelo lado do crescimento e com menos sacrifícios» do que aqueles que o Governo está a exigir.