O secretário de Estado dos Transportes avisa que, mesmo que continue na esfera pública, a empresa pode acabar.
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Sérgio Monteiro advertiu que "hoje as companhias se não tiverem paz laboral e condições de competitividade não sobrevivem e existem muitos exemplos de como isso pode ser realidade".
"Há quem ache que as companhias aéreas detidas pelos estados sobrevivem, em qualquer que seja o cenário que enfrentam, em termos de concorrência e de luta laboral, mas isso não é assim. Não foi assim na Bélgica, onde a Sabena faliu, nem na Suíça, onde a Swissair faliu (...)", exemplificou.
No entanto, o governante diz que cabe aos pilotos decidirem se mantêm a greve: "Uma decisão que lhes diz respeito, mas tem impacto nos trabalhadores da empresa, nas suas famílias, na recuperação da economia e do ambiente de negócios".
O secretário de Estado dos Transportes disse ainda que o governo não avança para a requisição civil na greve dos pilotos da TAP porque não se verificam as condições do período de Natal e Ano Novo.
"O governo respeita o direito à greve e não tem em consideração que este período tenha as mesmas condições excecionais do Natal e do Ano Novo [altura em que decorreu a anterior greve] para promover a requisição civil", disse.
Sérgio Monteiro, que falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma empresa em Aveiro, salientou que "o Estado não tem dinheiro, e mesmo que tivesse não podia capitalizar a companhia [TAP], a não ser com uma profunda restruturação".
"Temos todos de cair na realidade: não podemos vender ilusões aos portugueses, aos clientes da TAP e aos seus trabalhadores. Mais do que o ping-pong sobre acordos que estão escritos, é o momento de pensar no que é essencial: os clientes que vêm a possibilidade de não terem os voos previstos, o impacto económico que a TAP tem no turismo e nos negócios em Portugal e a viabilidade futura da companhia", completou.