João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), esclareceu, à agência Lusa, que «nos novos contratos as condições oferecidas pelos bancos não podem ser as mesmas devido aos custos de financiamento no mercado interbancário terem crescido bastante».
O responsável referiu, por isso, que «ao preço a que estão a contratar [o dinheiro] os bancos têm que subir os spreads».
O presidente da APB afirmou, porém, que «há melhores condições nos contratos de crédito à habitação mais antigos indexados à Euribor, cujas prestações baixaram muito» graças ao recuo para mínimos históricos das taxas de juro.
A descida das taxas de juro beneficia todos os créditos contraídos com base em taxa variável, mas quem pretende agora contrair um empréstimo para comprar casa não vai poder tirar o mesmo proveito do recuo das Euribor, uma vez que os bancos subiram os juros cobrados nos créditos hipotecários.
A conclusão é do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito realizado pelo Banco de Portugal que regista uma restrição dos critérios de concessão de empréstimos, no primeiro trimestre, traduzida numa subida dos 'spreads' praticados.
Uma situação que vai manter-se ou mesmo acentuar-se no decorrer do segundo trimestre.
A concessão de crédito à habitação em Portugal caiu no primeiro trimestre do ano, devido à «deterioração das expectativas quanto à actividade económica em geral e das perspectivas para o mercado da habitação», adiantou João Salgueiro.
De acordo com dados do INE e considerando os valores do indexante a vigorar no período de análise o diferencial é de 135 por cento, ou seja, os custos cobrados pelos bancos mais do que duplicaram em apenas um ano.