Depois de nos últimos meses a descida dos juros ter sido adiada, tudo indica que é desta que o BCE vai agir, até porque à baixa inflação (que caiu para 0,5% em maio, abaixo dos cerca de 2% que o BCE deve manter a médio prazo) se soma o fraco crescimento da economia europeia no primeiro trimestre (0,2% face ao período anterior).
Os mercados estão a antecipar que o conselho de governadores decida hoje um corte na principal taxa de refinanciamento, que está desde novembro do ano passado nos 0,25%.
O corte de juros poderá ser acompanhado de outras medidas, já que além de a margem do banco central ser pouca (tendo em conta que as taxas estão perto de zero), não resolve o problema da falta de crédito nos países do Sul da Europa.
Uma das possibilidades passa por o BCE aprovar uma nova injeção de liquidez, mas condicionada a que os bancos emprestem o dinheiro às empresas, de modo a impulsionar o crescimento económico.
O corte da taxa de depósitos, de zero para valores negativos, também tem sido falado, de modo a penalizar os bancos que depositam dinheiro na instituição. No entanto, há quem aponte riscos nesta medida, como a subida dos custos do crédito ou descida dos juros dos depósitos como modo de os bancos compensarem este encargo.
O BCE também publica hoje as suas novas projeções macroeconómicas de inflação e crescimento. Em março, previu uma inflação de 1% em 2014 e um crescimento de 1,2%, na zona euro.