Num discurso focado na defesa das reformas estruturais, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi deu Portugal como exemplo para provar que as reformas funcionam.
Reportagem de João Francisco Guerreiro, correspondente da TSF em Bruxelas
"A experiência, durante a crise, demonstrou como as reformas podem funcionar. As reformas implementadas por Portugal, durante o programa de ajustamento reduziram a taxa de desemprego em cerca de 3 pontos percentuais, no período entre 2011 e 1014", disse Draghi esta manhã no Fórum Económico de Bruxelas .
O presidente do BCE considerou também que o impacto das reformas estruturais é ainda mais extenso: "As reformas estruturais podem ajudar a limitar a profundidade e a duração das crises, o que por sua vez ajuda a fixar as expectativas de inflação e mantém as taxas de juros reais baixas".
A falar no Fórum Económico de Bruxelas, após o discurso do Mario Draghi, o vice-presidente da Comissão Europeia, com a pasta do euro, Valdis Dombrovskis considera que a zona euro está hoje mais fortalecida e entende que isso mesmo ficou provado há menos de um ano, quando a crise grega se agravou.
"Ela mantivesse apenas isso, uma crise grega. Suficientemente grave por si própria, apenas com um efeito de contágio mínimo a outro países da zona euro e a estabilidade da zona euro não foi posta em causa", afirmou.
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Ambos consideram que o trabalho, para fortalecer a zona euro, ainda não está concluindo e Mario Draghi afirma que para consolidar o crescimento, os governos não podem adiar reformas.
"Há inúmeras razões políticas para atrasar as reformas estruturais, mas muito poucas razões económicas para o fazer. O custo de as atrasar é, simplesmente, demasiado elevado", alertou o presidente do BCE.
Mario Draghi e Valdis Dombrovskis defendem que é preciso relançar o investimento, manter políticas orçamentais responsáveis e, em especial, que os governos não adiem reformas estruturais.