O secretário-geral da CGTP colocou, esta sexta-feira, a hipótese de o anúncio das novas medidas de austeridade por parte do Governo ter surgido por causa de «alguma manipulação de dados», depois de o «Governo ter escondido aquilo que era a realidade».
«Ou trata-se de uma enorme incompetência e tudo o que o Governo disse até hoje não corresponde à verdade por incapacidade do Governo gerir correctamente os interesses públicos», acrescentou Carvalho da Silva.
O líder da Intersindical adiantou ainda que sente que os «portugueses, em particular os trabalhadores, estão descaradamente a ser roubados e que temos uma governação que não se volta para os portugueses».
Para Carvalho da Silva, esta governação «está prisioneira de imposições internas e exteriores colocadas por agiotas e aqueles que dominam o mercado financeiro».
Igualmente insatisfeito com estas medidas está o presidente do Governo Regional da Madeira, que as classificou de «política de extrema-esquerda a que é preciso pôr cobro» e que afirmou mesmo que o Governo prossegue «medidas marxistas».
«É inadmissível que o PSD a nível nacional venha a pactuar com este tipo de políticas. Se o PSD nacional pactuar com este tipo de políticas, que fique claro que não estamos nessa linha e que nos opomos claramente à continuidade destas políticas», explicou Alberto João Jardim.
Por seu lado, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou estas medidas «muito importantes» e saudou a sua aplicação, tendo garantido que estas serão discutidas na cimeira da Zona Euro.
Entretanto, o presidente do ISEG entende que o Governo talvez tenha de ir ainda mais longe nas medidas de austeridade, que considerou serem inevitáveis.
«Há que rapidamente tentar encontrar soluções não só para equilíbrio das contas públicas, fontes de financiamento, estímulos à economia, mas tudo isto é quase um triângulo mágico impossível», explicou João Duque.
Para este economista, estes são «sucessivos apertos para chegar ao ponto certo». «Temos de baixar o défice público abaixo dos três por cento e vamos ter de alcançar o equilíbrio zero a médio prazo», lembrou.