Neste programa de estabilidade, o governo ambiciona uma redução de dívida até perto dos 100%, cerca de 102% em 2022. Com esta projeção, na sua opinião fica completamente encerrado o debate sobre a restruturação da dívida?
O debate da restruturação da dívida para este governo nunca esteve aberto se não se colocasse num contexto europeu. E também dissemos muito claramente que não iriamos ser nós a abri-lo. Debate sobre se a dividia é ou não sustentável e como torná-la sustentável, todos os governos estão obrigados a fazer. Porque nós temos que garantir que ela é sustentável.
Mas estas projeções, para si, são uma prova que o governo tinha razão?
Estas projeções são com certeza um aprova que o governo fez aquilo que se comprometeu a fazer. Que o trajeto que ficámos ate agora deu-nos razão e que consideramos que é possível colocar o pais numa senda de crescimento, redistribuição, consolidação e redução da dívida. De maneira a que... Qual é a alavanca de tudo isto? A alavanca de tudo isto é obviamente a confiança e a capacidade de atrair investimento. Quer de empresas internamente, quer externamente. E isso tem acontecido. Os números são provavelmente surpreendentes, mas eu não queria deixar de os referir. Eu tenho estado sempre aqui com uma imagem de fundo, que é o exercício que apresentei em abril de 2015. Antes que isto pareça quase um cenário permanentemente à nossa frente, é bom que nós o possamos utilizar. Investimento. Face a esse cenário, entre 2015 e 2018, nós estamos com um diferencial de crescimento projetado face ao que verdadeiramente hoje temos nos números, de apenas 1%. Ou seja, estamos em cima do cenário desses números. A mesma coisa é verdade nas exportações, estamos aliás acima do cenário de 2015, em termos de exportações, 2 pontos percentuais. E o que envolve tudo isto que é o PIB, em particular o PIB nominal, está apenas 5 décimas de ponto percentual abaixo daquilo que era previsto. Eu quero recordar que nessa altura muitos políticos e muitos analistas disseram que aquele programa traria mais um regaste à economia portuguesa, não era compatível com as regras europeias e eram um pronuncio daquilo que o Partido Socialista fez no governo. Quero hoje dizer que todos e cada uma desta previsões estavas não certas, para não usar uma palavra que as vezes não é bem entendida no debate político. E que cumprimos com aquilo que nos tínhamos proposto.
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Tem orgulho nisso? Tem orgulho em ter desmentido de alguma forma todos esses analistas?
Exclusivamente porque isto é bom para Portugal. Se há essa dimensão? Sim. Quero dizer também que parte do debate que tem havido em torno daquilo que significa o governo e em particular o ministro das finanças ser o condutor destes resultados. Isto significa que apenas nos preocupamos com a sociedade portuguesa, com a economia portuguesa. E estes resultados são a melhor garantia que, num futuro próximo, Portugal está de facto fora desses debates sobre a sustentabilidade da vida.