Ouça a entrevista de Mário Centeno à TSF
2020, o ano em que o senhor ministro estima que Portugal possa ter um superavit orçamental - coincidência das coincidências -, seria um bom ano também para ser comissário europeu? Estamos a falar mais ou menos dos mesmos calendários.
Há muitos calendários. Esse ainda não está colocado. É uma matéria que não está sequer no horizonte político ainda. É bastante extemporânea aliás a forma como foi colocada. Nós estamos a trabalha há 3 anos, ainda antes de sermos governo, para implementar um programa que coloque Portugal no centro da Europa. Que coloque Portugal no centro da construção europeia. Temos tido muito sucesso nisso coletivamente.
Há até quem lhe aponte algum deslumbramento por estes resultados.
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Não há deslumbramento nenhum. Tanto não há que eles já estavam previstos em 2015. Essa é uma consequência muito clara que se retira do facto de termos tido a coragem de enfrentar as eleições com um conjunto de informação muito transparente e muito detalhada, e nem sempre muito bem entendida. Não há nenhum deslumbramento. Há uma consciência que o país precisa de cumprir. É uma novidade, temos que convir. Se nós olharmos para o que é o gráfico dos programas de estabilidade da última década e meia. Porque já há programas de estabilidade há muito anos em Portugal. O que é a previsão e a materialização dessas previsões? Vemos que os desvios mudaram de sinal. Quando existem. E no bom sentido, o que significa que Portugal cumpre. Isso tem valor na Europa. Não é um valor pessoal. É totalmente extemporâneo e fora do contexto referir que isso tem qualquer valor pessoal.
Mas admite que tem mérito seu?
Tem mérito de uma equipa da qual eu faço parte. No campo das finanças lidero, mas o governo é liderado pelo doutor António Costa, que tem mais 16 colegas no concelho de ministros. Obviamente tem que ser assim, têm todos méritos nesta trajetória. Eu lidero a equipa das finanças, que aliás é uma equipa, como já tenho dito muitas vezes, de enorme qualidade, quer política, quer técnica. Era bom que nos centrássemos nisso de vez em quando. Os resultados são o que são porque as políticas tiveram impacto e o país reagiu a essas políticas.
Eu não resisto a perguntar-lhe isto. Quando olha para os resultados que está a apresentar no país e na Europa, sente de alguma forma que o país o subestimou? E se calhar até a Europa o subestimou?
Não de todo. Não estamos nesse patamar de avaliação. Eu desde sempre que gosto de ver o meu trabalho como o resultado de um investimento que sempre foi feito com um grande empenho. Olhando para trás vejo que isso é mais bem compreendido ma vezes do que outras. Hoje felizmente podemos partilhar estes resultados com o país. Eu nas últimas vezes que tenho falado sobre política orçamental tenho referido que o indicador que de forma sumária melhor traduz aquilo que é a partilha deste sucesso que o país, não o governo, seguramente não o ministro das finanças, o país tem tido é de facto a redução e a estabilização dos seus custos de financiamento. Todos, mas todos beneficiamos disso e devemos preservar isso no futuro.
Senhor ministro, muito obrigado.
Muito obrigado.