O economista Daniel Bessa questionou o preço político a pagar aos «três ou quatro Estados amigos» que compraram a dívida portuguesa quarta-feira, realçando a «falta de transparência» em relação a essas fontes de financiamento.
Valendo-se do provérbio de que «os amigos são para as ocasiões», Daniel Bessa admitiu que «gostava de saber um pouco mais sobre as condições económicas e financeiras», questionando «quem compra e a quanto compra».
O economista teme que «o grau de informação sobre essas cooperações seja reduzido» e ainda «o preço político a pagar».
Na conferência "Diálogos com a Ciência", organizada pela Universidade do Porto, esteve também o antigo ministro das Finanças, Campos e Cunha, que considerou que o maior problema para a economia portuguesa é o das finanças públicas.
O ex-ministro quer uma classe política mais responsável e maior transparência, acrescentando Portugal está de olhos postos no seu à espera que as coisas se resolvam.
«Daqui para a frente, Portugal só tem uma coisa a fazer é rezar. E de facto é o que temos andado a fazer, estamos todos aflitos. Como é que se vai financiar o próximo dia, se o leilão vai correr bem, coisas que se faziam sem ninguém saber e que não ocupavam páginas nos jornais», considerou Campos e Cunha.