Dirigente do BCE questiona Costa: quanto custa voltar às 35 horas?

Membro do Conselho Executivo do BCE diz que a situação de Portugal é frágil e mostra preocupação com as reformas e o orçamento. Peter Praet avisa que veículo financeiro para a banca pode ser difícil.

Peter Praet, um dos seis membros do Conselho Executivo do BCE, deixa um alerta ao Governo português: "Recentemente, vimos as taxas de juro de Portugal a subir. Isto mostra que a disciplina do mercado está presente, mesmo apesar do facto de o BCE comprar dívida pública do país. Portugal não deve esquecer esta mensagem: a disciplina do mercado ainda está presente. E depois há os ratings. Quando fazemos compras de activos, olhamos para as agências de rating. Há apenas uma com o nível mínimo para Portugal e é de BBB-."

Entrevistado pelo jornal Público, o belga diz que "este ainda é um período em que existem pontos de interrogação" sobre o país - não só no plano orçamental, mas também no plano das reformas estruturais.

"Há uma declaração política de continuidade e de intenção de seguir as regras europeias, isso é positivo, mas há algumas dúvidas acerca dos detalhes e sobre os pressupostos macroeconómicos. Portanto isto é algo que estamos a seguir e eu penso que o Governo está bem ciente da fragilidade da situação", anota Praet. E se uma série de reformas do Governo anterior foram revertidas, o membro do BCE diz que precisa de "levantar uma série de questões. Quais são as implicações orçamentais, por exemplo, se se voltar para a semana de 35 horas?"

O homem que lidera o departamento que faz as recomendações de política monetária da zona euro avalia positivamente a ideia de criar um veículo financeiro, mas anota que pode ser difícil e demorado implementá-lo. E deixa a recomendação de que os bancos ganhem dimensão pan-europeia, "bancos que estejam geograficamente diversificados e que tenham uma garantia de toda a união monetária como um todo."

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