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A greve dos estivadores no Porto de Setúbal está a afetar as empresas da península e há já quem pondere entrar em regime de layoff. Duas grandes empresas da região contemplam a hipótese entrar neste tipo de regime, que permite garantir a manutenção dos postos de trabalho e a viabilidade económica das fábricas.
A capacidade de produção e armazenamento dos produtos acabados está a ser fortemente condicionada pela greve dos estivadores, algo que leva o diretor-geral da Associação Industrial da Península de Setúbal (AISET) a pedir uma solução urgente para a paralisação. À TSF, Nuno Maia alerta que a situação na península é muito grave, uma vez que toda a economia da região está a ser afetada.
"A situação é séria e tende a agravar-se. Estamos a falar de uma greve que, em relação às horas extraordinárias vem de agosto, e que provoca uma paralisação total do porto de Setúbal desde o início de novembro. As grandes empresas da região, mesmo que tenham stock - de combustível, matéria-prima e outras coisas - todos os stocks são, por natureza, limitados e têm de ser geridos. O prolongar de uma situação destas é sério e danoso.Como não vemos o fim a este conflito, é normal que estejamos bastante preocupados. Está uma grande região industrial, fortemente exportadora, a ficar estrangulada na capacidade de cumprir os compromissos que tem para com os seus clientes", explicou à TSF.
"A situação é séria e tende a agravar-se."
Aos microfones da TSF, Nuno Maia revelou que a AISET tem conhecimento de duas grandes empresas que ponderam entrar em layoff "primeiro parcial e depois, se a situação na se resolver, um layoff total, que é muito danoso para os trabalhadores e para as suas famílias."
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Esta é uma situação "relativamente inédita, já há muitos anos que não acontecia. Não é algo de que tenhamos memória recente", refere Nuno Maia, acrescentando que esta é uma situação que a AISET e a região não esperavam.
O cenário é, na opinião do diretor-geral da associação, "profundamente lesiva para a atividade empresarial, para a economia regional e do país, para o emprego e para o rendimento das famílias. Está a chegar já muito perto de um situação limite que precisa de ser resolvida."
Nuno Maia espera que a situação possa ser urgentemente resolvida, apelando aos estivadores, empresas e Governo que encontrem uma solução.