«A adesão nesta altura é superior a 80%. É uma grande jornada de afirmação dos trabalhadores da Carris contra o processo de destruição da empresa», disse à agência Lusa Manuel Leal, do sindicato que também representa os trabalhadores da Carris, a par do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (Sitra).
Os trabalhadores da Carris cumprem hoje uma greve de 24 horas contra a subconcessão da empresa, atualmente em concurso público, paralisação que teve início cerca das 22 horas.
Para Manuel Leal, os números de adesão à greve refletem «uma grande greve contra os objetivos de privatização da empresa através a figura da subconcessão».
Contactada pela agência Lusa, a administração da empresa remete para mais tarde uma primeira análise relativa à greve dos trabalhadores.
Na sequência da convocação de serviços mínimos em tribunal arbitral, vão estar em funcionamento, em 50% do regime normal, as carreiras 703 (Charneca do Lumiar - bairro de Santa Cruz) e 751 (Linda-a-Velha - estação de Campolide), estando também ativo o serviço de transporte exclusivo de pessoas com mobilidade reduzida.
Em causa está, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (Sitra), "a privatização acelerada que o Governo quer fazer dos transportes na região de Lisboa e na região do Porto, afastando totalmente as autarquias, que são parte interessadíssima neste problema". Os trabalhadores realizam um plenário durante a manhã de hoje na estação de Santo Amaro, onde oficialmente se localiza a sede da empresa.
A paralisação foi convocada pelo Sitra, mas teve o acolhimento de outros sindicatos, como confirmou à agência Lusa a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).
Os trabalhadores da Carris, do Metropolitano de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa (responsáveis pelas ligações fluviais no Tejo) anunciaram também a realização, a 22 de abril, em Lisboa, de uma marcha "contra a privatização" daquelas quatro empresas de transportes.