«O país vive uma situação difícil, mas não podemos baixar os braços. O importante é que todos tenhamos a consciência que Portugal não conseguirá voltar a aproximar-se do nível de desenvolvimento médio da UE e ultrapassar as actuais dificuldades se não aumentar a produção de bens e serviços transaccionáveis», disse.
Caso contrário, «não só não temos crescimento económico, como o nosso endividamento para com o exterior pode atingir situações insustentáveis», avisou.
Questionado sobre a situação económica e social do país, o Chefe de Estado incentivou os portugueses a «não se resignarem», mas lembrou que, nos últimos «dez anos», o desempenho de Portugal «não tem sido o desejado».
Para Portugal se aproximar do desenvolvimento médio europeu, é preciso «trabalho, muito trabalho», «políticas correctas, muito correctas» e que «os portugueses e os autarcas não esperem tudo do Estado», sustentou.
Explicando que o Presidente da República deve evitar usar a palavra «crise», apesar de ser «óbvio» que Portugal, que teve um crescimento económico de 1,9 por cento no ano passado, «não atingirá esse crescimento» este ano, de acordo com as previsões.
«Isso é algo que nos entristece bastante, mas nós estamos a enfrentar uma situação complexa», disse, exemplificando várias situações, como a subida do preço do petróleo, de produtos alimentares e das taxas de juro, além das limitações ao crédito.
Situações que outros países também estão a enfrentar, porventura «melhor», porque «construíram no passado almofadas» e Portugal «tem muito poucas», acrescentou.