O Institute for Economic Research fez as contas ao número de vezes que os países da União Europeia violaram a meta de 3% do défice, desde 1999, e registou 165 derrapagens. Destas, 51 foram autorizadas devido a recessões. Sobram 114 violações, mas apenas Portugal e Espanha serão alvo de sanções, decidiu esta terça-feira o Ecofin.
Grécia, Reino Unido, Croácia, França, Espanha e Portugal são os seis países que falharam as metas do défice em 2015, ano em que apenas os gregos foram autorizados a fazê-lo. Ainda assim, as sanções abrangem apenas Portugal e Espanha.
O presidente do instituto Ifo, Clemens Fuest, considerou o número de violações "impressionante", acrescentando que "as regras, aparentemente, não funcionam".
Olhando mais atentamente para os números, França é o país com mais violações não autorizadas, com um total de 11. Espanha, Portugal e Polónia surgem em segundo lugar, com 10, e só depois o Reino Unido, com nove. Somando as autorizações para violar o défice, Grécia segue na frente, com 17 violações em outros tantos anos. Portugal, com 15, aparece em segundo lugar, tendo cumprido o objetivo em 1999 e 2007. A fechar o pódio aparece França, com 12.
No sentido contrário, e com a folha do défice imaculada, estão a Estónia, Suécia e Luxemburgo. Dinamarca e Finlândia têm apenas uma violação, no entanto, autorizada.
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Há ainda alguns casos que merecem destaque, para o bem ou para o mal. A Eslovénia cumpriu a meta do défice em 2015, algo que não acontecia desde 2009, embora nesse ano e em 2012 e 2013 estivessem autorizados a derrapar. O mesmo aconteceu com a Irlanda e Chipre, que não cumpriam desde 2008. A Irlanda tinha permissão para falhar a meta em 2008 e 2009 e o Chipre em 2009 e entre 2012 e 2014. A Polónia também cumpriu a meta em 2015, algo que só tinha acontecido em 2007, desde 2004.
Do lado mais negro estão a Croácia, que entrou na União Europeia em 2013, e desde esse ano que não cumpre a meta, embora autorizada a falhar em 2013 e 2014, o Reino Unido e Espanha, que atropelam o défice há oito anos consecutivo, pelo menos desde 2008. O Reino Unido estava autorizado a resvalar em 2008 e 2009, e Espanha em 2009 e entre 20011 e 2013. No caso de Espanha, 2008 foi o primeiro ano de incumprimento, mas o Reino Unido já tinha uma história de problemas com o défice, entre 2003 e 2005.
O caso mais negro é mesmo o de França, que desde 2002, apenas cumpriu em 2006 e 2007 a meta do défice. Neste período, apenas em 2009 teve autorização para derrapar.