João Almeida: "Podia ter sido enviado ao Ministério Público um relatório mais sustentado"

CDS-PP marcou debate de atualidade, no parlamento, para questionar o Governo sobre a auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos. Centristas querem apurar a "responsabilidade do Estado" no processo.

O CDS-PP marcou, para esta quinta-feira, um debate de atualidade em que solicita a presença do ministro das Finanças, Mário Centeno, a fim de que seja clarificada a "responsabilidade do Estado" nas concessões de crédito feitas pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) durante o período entre 2000 e 2015.

A iniciativa dos centristas foi anunciada no parlamento por João Almeida, deputado e porta-voz do CDS-PP, na sequência da divulgação do relatório preliminar de uma auditoria forense da consultora EY, que concluiu que muitas operações de concessão de crédito da Caixa foram realizadas apesar dos pareces desfavoráveis da análise de risco.

"O Governo volta a dizer que deu orientações à CGD para que sejam apuradas responsabilidades Não pode limitar-se a isso", disse o deputado, que acrescenta: "Não deixaremos de cumprir a nossa missão, exigindo responsabilidade por créditos sem garantias, sem avaliar se havia ou não condições para o pagarem, de bónus pagos a administradores que causaram prejuízos".

A auditoria independente realizado pela EY à gestão da Caixa foi decidida em Conselho de Ministros depois de um projeto de resolução aprovado na Assembleia da República, em 2016, e terminada no ano passado. João Almeida defende que com a informação a que agora é possível ter acesso, também os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos poderia ter tido outro desfecho.

"Poderia ter sido enviado para o Ministério Público um relatório muito mais sustentado, com factos e depoimentos dos responsáveis que ou confirmavam ou entravam em contradição com os mesmos", sublinha o centrista, que considera que aquilo que agora veio a público foi vedado aos deputados durante a comissão de inquérito. "Até os tribunais reconheceram que a Assembleia da República tinha direito a aceder a esta informação, e foram o PS, o PCP e o BE que impediram que isso acontecesse".

Na CMTV, a ex-deputada Joana Amaral Dias revelou o relatório preliminar da EY, que refere que os administradores da Caixa receberam "remuneração variável" e "voto de confiança" mesmo com resultados negativos da instituição.

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