Os juros dos títulos espanhóis a 10 anos atingiram hoje pela primeira vez desde a adesão ao euro o nível de 7 por cento, com o risco da dívida a atingir os 551 pontos base. Desde a tarde de segunda-feira que a pressão sobre a dívida soberana espanhola tem vindo a aumentar, uma pressão que se consolidou hoje depois da decisão da Moody's baixar o rating da dívida espanhola em três níveis. Analistas recordam que o nível de 7 por cento de juros e o risco acima dos 500 pontos são valores que, nos casos de Portugal, Grécia e Irlanda, levaram ao resgate dos países.
A dívida das entidades financeiras espanholas ao Banco Central Europeu aumentou 9,2 por cento em maio, face ao mês anterior, para 287.813 milhões de euros, um novo recorde, segundo dados do Banco de Espanha.
Este valor corresponde ao saldo que as entidades residentes em Espanha ainda têm pendentes de devolver ao BCE como consequência do financiamento concedido. O financiamento líquido concedido em maio pelo eurosistema às entidades espanholas representou 82,9 por cento do total da zona euro, que ascendeu a 347.195 milhões de euros. Os dados demonstram as crescentes dificuldades das entidades espanholas em financiar-se nos sistema interbancário. Desde maio de 2011 o valor total emprestado pelo BCE multiplicou-se por cinco.
