Discordou do Fundo de Resolução por considerar que estava longe de ser a melhor solução para o BES. E, agora que o governo está a ultimar a venda do Novo Banco aos norte-americanos da Lone Star, Teixeira dos Santos não tem dúvidas de que todas as perdas que resultem desta operação serão pagas pelos portugueses.
"É certo que tudo o que forem perdas imputadas ao processo (de venda do Novo Banco) vão estar no Fundo de Resolução. E esse é um encargo que os bancos vão ter que suportar nos próximos 30 anos e que vão ser repercutidos nos cidadãos", assegura o atual presidente do banco BIC.
Teixeira dos Santos carrega nas tintas e avisa que "nós vamos pagar isto", lembrando que qualquer encargo que tenha de ser assumido pelos bancos que financiam o Fundo de Resolução vai acabar por ser pago através do aumento das taxas bancárias.
"Nós vamos pagar isto", avisa Teixeira dos Santos
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Na entrevista TSF/DN desta semana, Fernando Teixeira dos Santos diz que a nacionalização do Novo Banco "não faz sentido", até porque os desafios que o banco tem pela frente são grandes. "Fala-se em fecho de balcões, redução de pessoal e não me parece que, se o banco ficar na posse do Estado, pudesse levar a cabo um plano de reestruturação e de ganho de eficiência que seria necessário", explica o ex-ministro das finanças.
"Veja-se o que se está a passar com a CGD. O processo político e a pressão para que a CGD não melhore a sua operação. Imagine-se com o Novo Banco", conclui.
Para já, em cima da mesa, não está a nacionalização, mas a venda do Novo Banco, com a possibilidade do Estado ficar com 25% do capital, sem direito de voto e sem a possibilidade de nomear um administrador.
Teixeira dos Santos é crítico desta opção por considerar que "se o Estado mantiver 25% no banco e for um parceiro mudo, é uma forma de partilhar o risco da operação. Pode correr bem ou pode correr mal". Ou seja, na prática, é uma espécie de garantia estatal, que era exatamente o que o governo prometia que não ia dar à Lone Star.
Teixeira dos Santos não apoio manutenção nas mãos do Estado de 25% do Novo Banco