O Banco de Portugal anunciou que o número de notas falsas a circular no país aumentou 6,5 por cento no segundo semestre de 2008, um período em que foram retiradas da circulação mais de seis mil notas contrafeitas.
Em declarações à TSF, um dos especialistas do Banco de Portugal em questões de falsificação disse que há uma grande preocupação em melhorar a qualidade das notas de euro para poder diminuir as possibilidades de contrafacção.
«Neste momento, estamos a utilizar o papel de algodão e que tem uma gramagem superior ao papel normal. Estamos a utilizar uma gramagem de 85 g/m2 em que as fibras do papel de algodão são muito mais juntas umas às outras e portanto muito mais resistentes», explicou António Oliveira.
Este especialista adiantou ainda que este papel é «feito por compressão e portanto as fibras ao serem mais resistentes têm menos tendência a partirem, o que vai dar uma maior durabilidade à nota».
António Oliveira revelou ainda que em 2007 o número de notas de euro contrafeitas em Portugal chegou às oito mil, cerca de metade do número de notas de escudo apanhadas pelas autoridades no último ano de circulação da moeda portuguesa.
Este especialista do Banco de Portugal explicou ainda que é possível ver que as notas verdadeiras são fabricadas com diferentes tintas em várias partes da nota, o que dificulta o trabalho dos falsificadores.
«Se olharmos para a parte da frente da nota, só metade do pórtico é que aparece, porque só aquela parte da tinta vai reagir aos infravermelhos. Se o contrafactor quando vai fazer uma contrafacção não tem esta preocupação», acrescentou.
A nota mais contrafeita em Portugal é a de 50 euros, o que surpreendeu os especialistas do banco de Portugal, uma vez que o que se esperava era que a nota mais falsificada fosse a de 20 euros, até porque a nota mais falsificada no tempo da antiga moeda portuguesa era a de cinco mil escudos.
António Oliveira explicou ainda que a vida útil de cada nota de euro é de cerca de ano e meio a dois anos e que as notas que ainda estão em boas condições regressam à circulação, enquanto que as outras são destruídas.
Apesar do aumento das falsificações em Portugal, a França continua a ser o país em que mais se falsifica a nota de euro, ainda que cada vez a produção das notas verdadeiras seja cada vez mais refinada.