"São previsões que não trazem nada de positivo, mas de certa maneira não surpreendem porque estão muito em linha com aquilo que têm sido as previsões avançadas por outras instituições internacionais e mesmo nacionais", respondeu Pedro Passos Coelho aos jornalistas à margem de uma visita a uma creche da Cruz Vermelha Portuguesa, na Póvoa de Santo Adrião, quando questionado sobre os dados da OCDE conhecidos hoje, que piorou a estimativa para o défice.
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Na opinião do líder do PSD, estas "não são projeções simpáticas", preferindo que "da parte do Governo não houvesse um alheamento destas indicações e que pudesse haver alguma correção pelo menos da política económica" para que fosse possível "encarar o futuro com um bocadinho mais de otimismo do que estas previsões permitem acalentar nesta fase".
"Os motores do crescimento associados às exportações e ao investimento estão a falhar e isso é muito negativo que aconteça", explicou Passos Coelho.
Também o crescimento da economia sustentado no consumo interno, segundo Passos Coelho, "é uma arma muito limitada, sobretudo porque não está assente numa recuperação sustentada de rendimentos e porque sem mais exportações e sem investimento a dinamização do mercado interno por via do consumo acaba sempre por gerar desequilíbrio externo".
"Aquilo que representou um equilíbrio externo muito importante alcançado nos últimos anos pode reverter também", avisou.
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A OCDE piorou a estimativa para o défice, esperando agora que atinja 2,9% este ano, e admite que o Governo português tenha de implementar novas medidas de contenção orçamental, especialmente caso a economia não acelere.