PCP assinala «brutal contradição» entre «êxitos do Governo» e situação do país

O deputado do PCP Agostinho Lopes defendeu que existe uma «brutal contradição» entre «os êxitos do Governo» e a «realidade económica, social e financeira do país».

«Estamos perante uma brutal contradição entre os números e a análise do ministro [das Finanças, Vítor Gaspar], e a realidade económica e social e até financeira do país», considerou Agostinho Lopes, em declarações aos jornalistas, na sede do PCP, Lisboa.

O dirigente comunista Agostinho Lopes comentava as palavras do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, na conferência de imprensa em que anunciou que a quarta revisão do programa de assistência a Portugal foi positiva.

«Cumprimos todos os critérios quantitativos e objetivos estruturais. A missão [da 'troika'] recomendou o desembolso da quarta tranche», disse Vítor Gaspar, na apresentação das conclusões do quarto exame da 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) à evolução do programa contratado com Portugal.

O deputado do PCP questionou «o que é que tem a ver os êxitos do Governo com os números do desemprego que são conhecidos, com o número de falências que estão a ocorrer todos os dias, com a falta de dinheiro para bens essenciais como alimentos ou medicamentos, com crianças com fome».

«O que é que tem a ver os êxitos do Governo com as falências de empresas que estão a acontecer e com setores fundamentais como a construção civil, a restauração, o comércio, a agricultura, o que é que isto tem a ver com aquilo que foi enunciado?», acrescentou.

Para Agostinho Lopes, os últimos quatro meses de execução orçamental «não dão qualquer suporte» à análise do Governo sobre a situação do país.

O deputado comunista disse ter registado na conferência de imprensa a «oficialização da tese dos baixos salários» e a «assunção oficial e explícita da ordem para que a banca não conceda crédito às empresas que trabalham no mercado interno».

Por último, o dirigente do PCP criticou ainda a «continuação da venda de empresas estratégicas do país como a TAP e a ANA», recusando que a privatização daquelas empresas possa ser encarada como «investimento estrangeiro útil para o país».

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