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Pescadores de Matosinhos protestaram, esta quarta-feira, junto à lota contra a "constante fiscalização" da sua atividade e obstáculos criados à captura de peixe, pedindo ao Governo "soluções de incentivo", afirmou o representante da Associação Nacional da Pequena Pesca do Cerco.
O protesto, que começou às 5h00 da madrugada e mobilizou 500 pescadores de Matosinhos, teve como objetivo "alertar o Governo para a realidade" do setor, explicou Eduardo Matos, representante da Associação Nacional da Pequena Pesca do Cerco.
"A fiscalização constante é preocupante", mas "mais alarmante" é o facto de a maioria das embarcações "não saírem para o mar" e consequentemente "não capturarem peixe".
Este ano "a pesca começou dia 21 de maio, ou seja, estamos com um défice de 20 dias comparativamente a 2017. Até ao momento a maioria dos nossos barcos ainda nem as redes molhou", sublinhou.
Segundo o representante da associação, a captura de biqueirão, que está a fazer-se ao abrigo de "uma quota TAC [Total Admissível de Captura], é também inquietante. O biqueirão não é valorizado em terra e quando chega à lota não tem valor comercial".
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Quanto à captura de sardinha, ao abrigo de uma "quota ibérica", Eduardo Matos explicou que é "trabalhosa" pois a sardinha, neste momento "não encosta à costa".
"Tanto numa espécie como noutra temos uma espada contra nós que são as quotas e as pessoas, que estão há oito meses nesta situação, não tem como ganhar dinheiro", declarou.
Para o representante, é agora fundamental que "o Governo aponte um caminho" e que "encontre soluções de incentivo".
"A solução não é parar, mas encontrar um conjunto de medidas pontuais de incentivos, seja aos custos fixos como empresa, seja aos seus tripulantes. Se a situação continuar é impossível sobreviver", acrescentou.