Plano dos CTT irrita PCP e BE

Governo assume estar de mãos atadas face ao encerramento de 52 lojas dos CTT durante este ano.

Os CTT tinham previsto encerrar vinte e dois postos dos correios mas afinal encerrou 52 (este foi um dado revelado pelos CTT numa entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo) mas, esta medida de gestão é considerada pela esquerda parlamentar, que apoia o Governo, como um escândalo e por isso pede ao executivo uma atuação firme.

Hoje durante a discussão na especialidade do Orçamento de Estado o Ministro do Planeamento foi questionado sobre os critérios de gestão dos CTT.

O deputado Heitor de Sousa, do Bloco de Esquerda, trouxe para a discussão a entrevista à TSF do presidente dos CTT, Francisco Lacerda. Nessa entrevista o presidente da empresa disse que mais de 75% da rede de atendimento já funciona com parcerias com comerciantes locais. O deputado Heitor de Sousa ficou chocado com esta realidade.

"A administração dos CTT deu uma entrevista a semana passada a dizer que o número de estações que estavam previstas ser encerradas em 2018 já não são as 22 mas é a própria administração a dizer que encerraram mais de 50. O que é o Governo tem a dizer sobre o plano absolutamente anormal de encerramento de estações de correio que a administração privada dos CTT está a fazer?", pergunta Heitor de Sousa.

Na resposta o ministro Pedro Marques admitiu que está de mãos atadas. "Senhor deputado, se me pergunta se eu acho bem o encerramento das lojas, nomeadamente nas sedes de concelhos que está a acontecer, acho mal, acho uma estratégia errada".

Pedro Marques reconhece que não tem os instrumentos que gostava de ter para agir com os CTT.

"Não tenho [instrumentos] porque a empresa foi privatizada a 100% por opção do Governo de direita que fala muito do memorando da 'troika, mas nunca diz que o memorando da 'troika' relativamente às grandes empresas previa apenas privatização parcial", argumenta Pedro Marques.

O ministro adianta ainda que "não mandamos no regulador", a Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações, que vigia se os CTT cumprem ou não as regras de serviço público.

O regulador das comunicações "pode determinar se as obrigações estão a ser executadas, mas não mandamos no regulador, não mandamos nos CTT, a responsabilidade política é apenas endereçada a quem privatizou aquela empresa", conclui Pedro Marques.

Mas o PCP, pela voz de Bruno Dias, quer mais determinação e respostas por parte deste governo.

"Isto é verdadeiramente um assalto aos correios enquanto serviço público e é inaceitável que a resposta do poder político seja perdemos os instrumentos que tínhamos. É inaceitável que se diga que vamos ficar a assistir ao destruir de um serviço público que tem centenas de anos e que faz falta para o presente e para o futuro do país", assinala Bruno Dias.

PCP e Bloco de Esquerda cercam o Ministro das Infraestruturas e querem que o Governo assuma a confrontação com a administração dos CTT com base na violação do contrato de serviço público postal.

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