«Penso que as vias de contágio são muito limitadas. Os bancos portugueses são muito resilientes», afirmou Poul Thomsen numa conferência telefónica com jornalistas a partir de Washington.
No entender do responsável do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a missão da "troika" em Portugal, «um dos problemas [em Portugal] é claramente a despesa do sector público, que exige cortes urgentes».
Logo, relativamente ao perigo de contágio caso a Grécia entre em incumprimento, Thomsen reconheceu «a solidez» do programa português, ressalvando, todavia, que «a turbulência nos países periféricos poderá, eventualmente, afectar o "rating"» da República e, por consequência, das instituições bancárias.
«Mas o sistema financeiro está a ser revisto e quero acreditar que há injecções de liquidez significativas para que este não sofra desse contágio», disse.
«Penso que o programa é robusto e não há dúvida que a turbulência na periferia vai afectar Portugal, mas o Governo tem deixado claro que a antecipação das medidas o distingue de outros países com problemas», nomeadamente da Grécia, reforçou.
Thomsen acrescentou ainda que o compromisso assumido pelos líderes europeus na cimeira de Bruxelas, a 21 de Julho, para reforçar o apoio aos países em dificuldades irá beneficiar Portugal, cujo "outlook" [perspectiva] «não se deteriorou desde que o programa foi implementado, pelo contrário».