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A Deco alerta que Portugal é dos países onde o Estado mais ganha com as poupanças nos bancos.
Numa altura em que as taxas de juros estão a níveis historicamente baixos, a associação de consumidores fez contas e comparou o peso dos impostos, a chamada taxa liberatória, sobre os juros ganhos com depósitos bancários em quatro países europeus.
O economista da Deco, António Ribeiro, recorda que com a crise e as medidas de austeridade esta taxa subiu em Portugal de 20% até 28% em 2014, valor que se mantém em 2018 e não deverá baixar tão cedo.
Os 28% portugueses são "uma das taxas liberatórias mais elevadas do espaço europeu", defende a Deco, sublinhando que na Bélgica, por exemplo, as poupanças mais pequenas nem pagam qualquer imposto pelos juros ganhos.
As comparações entre países não são lineares, mas a associação destaca ainda o caso espanhol onde os juros de um depósito a prazo de 100 mil euros pagam 19% de imposto e os Italianos 26%, "percentagens inferiores à praticada em Portugal".
António Ribeiro diz que com este não-incentivo do Estado, naquilo que classifica como uma "tributação cega", é normal que a taxa de poupança portuguesa seja de apenas 4,4% do rendimento disponível, "bastante abaixo da média da zona euro (12%)", algo que não tem apenas como justificação "o baixo rendimento das famílias ou pela oferta de taxas próximas de zero ou mesmo nulas em muitos depósitos bancários".
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Razões que levam a Deco a concluir que os portugueses "não têm razões para celebrar o Dia Mundial da Poupança" que se assinala a 31 de outubro.
A associação de consumidores pretende levar ao governo e aos deputados a proposta de redução da taxa liberatória de imposto sobre os produtos de aforro.