O preço do petróleo caiu cerca de seis por cento após a Agência Internacional de Energia ter anunciado o recurso às reservas estratégicas, o que resultará na colocação no mercado de 60 milhões de barris diários durante o próximo mês.
Em conferência de imprensa, o director-geral da AIE, Nobuo Tanaka, indicou que esta medida destina-se a «responder a perturbações que afectam aprovisionamento do petróleo proveniente da Líbia».
Os EUA vão providenciar metade das reservas a colocar no mercado, ao passo que a Europa ficará com 30 por cento deste esforço, não devendo Portugal entrar nesta operação.
Esta é a terceira vez que esta organização decide mexer nas suas reservas estratégicas, depois da invasão iraquiana do Koweit, em 1990 e da acção destrutiva do furacão Katrina, em 2005.
Ouvido pela TSF, o ex-secretário de Estado da Energia, Nuno Ribeiro da Silva, que esta baixa no petróleo poderá significar uma queda no preços dos combustíveis, mas que esta pode não durar muito tempo se o braço de ferro entre a AIE e a OPEP continuar.
«Se os países da OPEP resistem (e julgo que não conseguem resistir) durante um mês ou mês e meio a esta pressão dos países da AIE em libertarem as reservas então começa a criar-se uma expectativa de escassez e necessidade de serem refeitas as reservas estratégicas que fossem utilizadas», explicou.
O actual presidente da Endesa Portugal entende que, neste caso, «haveria uma ressaca negativa para os países importadores, ou seja, o início de uma expectativa autista relativamente às exportações».