O presidente do BES, Ricardo Salgado, garante que apesar de todos os constrangimentos por causa da "troika" os bancos portugueses «têm ajudado o que podem».
«Não se pode esquecer que os bancos gerem recursos dos seus clientes e têm que ter cuidados com os créditos concedidos», adianta.
Passos Coelho não se esqueceu dos constrangimentos da banca, diz Ricardo Salgado, mas esqueceu-se que o Governo deve dinheiro à economia, defende António Saraiva, que afirma ainda que o Executivo devia pagar os quatro milhões de euros que deve às empresas.
«Quando o senhor primeiro-ministro vem finalmente aconselhar a banca a dotar a economia de mais crédito, só podemos estar de acordo, não pode contudo o senhor primeiro-ministro esquecer e ter-se-à esquecido na sua mensagem que o Governo é o principal devedor às empresas e bastava que pagasse para que as empresas já tivessem um fundo de manejo suficiente», adianta António Saraiva.
O presidente da CIP congratula-se pelo facto de finalmente se começar a cortar pelo lado da despesa.
Também para o presidente do BES está na hora de aliviar a austeridade.
«A austeridade é violenta e está a chegar ao limite. Vai haver certamente algum complemento [às medidas de austeridade após o chumbo do Tribunal Constitucional a alguns pontos apresentados pelo Governo], porque é preciso que o Orçamento [de Estado para 2013] feche», afirmou o banqueiro, sem querer arriscar quais serão as medidas adotadas pelo Executivo de Passos Coelho.