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O partido socialista exige que sejam apuradas responsabilidades de cada uma das administrações da Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois das acusações levantadas pelo relatório da auditoria divulgado por Joana Amaral Dias .
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Em declarações à TSF, o deputado João Paulo Correia diz que cabe à administração da CGD procure a responsabilidade civil de todos os ex-responsáveis que tomaram alegadas más decisões.
A EY concluiu que muitas operações de concessão de crédito da CGD foram concedidas apesar dos pareces desfavoráveis da análise de risco , ou mesmo sem ter essa análise, nem garantias suficientes de que o dinheiro iria ser recuperado.
Em nome do PS, João Paulo Correia lamenta, por outro lado, "a forma como esta auditoria foi tornada pública".
Por seu lado, António Leitão Amaro considera que já era tempo da auditoria ser conhecida, só lamenta que isso tenha acontecido antes de o documento ter chegado aos deputados.
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À TSF, o deputado do PSD diz que a auditoria à CGD confirma uma rede de abuso de poder e tráfico de influências, que prejudicou os contribuintes.
O relatório agora revelado só vem aumentar o sentimento de "revolta e frustração" dos portugueses, nota. "É preciso pensar porque é que o Governo andou a esconder uma auditoria que o país todo pediu".
O PCP, pela voz de Jorge Pires, também pede responsabilidades, "sobretudo politicas".
Sobre a divulgação do relatório, defende, "devia ter sido conhecido primeiro noutros sítios, mais adequados".
Esta manhã no Fórum TSF , conduzido por Manuel Acácio, a ex-deputada bloquista explica porque decidiu divulgar o relatório da auditoria relativa ao período 2000-2015 na CGD e condena o que diz ser uma atribuição de crédito "a fundo perdido", na rede de favores a "amigos ou pessoas por manifesto interesse, sem qualquer garantia".
A auditoria independente realizado pela EY à gestão da Caixa foi decidida em Conselho de Ministros depois de um projeto de resolução aprovado na Assembleia da República, em 2016, e terminada no ano passado.
Apesar dos pedidos, o documento nunca chegou ao Parlamento, com o banco a alegar sigilo bancário e segredo de justiça para recusar o envio do documento.
Numa nota enviada à TSF, o Ministério das Finanças explica que a auditoria da EY foi enviada para o Banco de Portugal e para o Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu, bem como a outras autoridades judiciais, de inspeção, de supervisão ou em matéria tributária, "caso os elementos do relatório se afigurassem relevantes".
Ainda que a informação do relatório estivesse sob sigilo bancário, o Governo pediu à administração da CGD que fossem "efetuadas todas as diligências necessárias para apurar quaisquer responsabilidades" e tomadas "medidas adequadas para a defesa da situação patrimonial da CGD", pode ler-se na nota.