A Quercus duvida que os 150 a 170 milhões de euros que o Estado poderá encaixar com a privação da Empresa Geral de Fomento constitua um bom negócio.
Ouvido pela TSF, o ambientalista Rui Berkmeier lembrou que os investimentos no universo das empresas da EGF ascendem aos mil milhões de euros e por isso este negócio talvez não seja assim tão interessante.
«O risco que está associado a toda esta operação é muito grande. Vão entrar novos players no mercado que não conhecem a realidade portuguesa como empresas chinesas e que podem não trabalhar como devem», acrescentou.
Este dirigente da Quercus, que admite que o Estado poderá ter dificuldades em controlar uma grande empresa privada que ficará com o monopólio dos resíduos urbanos em Portugal.
«Cerca de 60 por cento dos resíduos urbanos são tratados pelas empresas da EGF. Depois disto, vai haver uma empresa com cerca de 60 por cento do mercado, o que é uma coisa muito complicada para um país pequenino como Portugal», alertou.
Rui Berkmeier entende que esta privatização constitui um «risco enorme em termos de monopolização do mercado dos resíduos urbanos» e lembra que esta empresa poderá depois também entrar no mercado dos resíduos não urbanos.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local prometeu também combater esta privatização, uma vez que receia pela manutenção dos dois mil postos de trabalho na EGF.
Também em declarações à TSF, o sindicalista Joaquim Sousa lembra que todas as privatizações acabam em despedimentos e na diminuição de condições salariais e regalias sociais.
«Estamos no terreno com os trabalhadores, autarcas e populações na defesa do serviço público e tentar colocar o máximo de areias na engrenagem para boicotar esta privatização», concluiu.,