Sindicato dos trabalhadores da Caixa quer descongelamento de carreiras

Sindicato "surpreendido" com aumento dos salários da administração enquanto os quase dez mil funcionários continuam com cortes e carreiras congeladas. Trabalhadores querem reunião com novo presidente.

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) quer reunir com a nova administração, liderada por António Domingues, assim que ela tomar posse, para defender o descongelamento das carreiras.

Sindicato da CGD pede reunião ao CA

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O sindicato diz-se "surpreendido" com a anunciada alteração legal que liberta a administração da Caixa das restrições aplicadas aos gestores públicos, permitindo na prática aumentar salários da equipa de gestão, enquanto os trabalhadores continuam sujeitos ao tratamento imposto durante o período da troika, o mesmo que foi aplicado a toda a administração pública: cortes salariais (em fase de reversão) e o congelamento da progressão nas carreiras, que ainda se mantém.

A alteração preparada pelo governo espelha as recomendações do Banco Central Europeu (BCE), que estranha o facto de haver discrepâncias entre os vários administradores e defende que não exista teto salarial.

O estatuto do gestor público determina que nenhum gestor de empresas públicas possa receber mais do que o primeiro-ministro. A administração pública da CGD beneficia de uma exceção segundo a qual os salários dos gestores possa ser igual à média dos últimos três anos.

Pedro Messias, vice-presidente do STEC, argumenta que a situação dos quase 10 mil funcionários contrasta com a da administração: a nova equipa de gestão, liderada por António Domingues, vai ganhar mais do que a anterior.

"Uma diferenciação é injusta e grave", lamenta o sindicalista, que garante que o sindicato "vai tentar falar" com a administração e apresentar as suas "razões mais do que justas" e aguardar uma resposta de António Domingues. "Em função disso", garante, "o sindicato saberá responder".

Sindicato da CGD "chocado" com salários de novos administradores

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Messias, que faz questão de sublinhar que a via do sindicato "é a do diálogo, até porque estamos todos no mesmo barco", recusando para já qualquer forma de luta mais dura, como a greve: "seria prematuro avançar com qualquer ideia de forma de luta sem primeiro tentar o diálogo", assegura.

Sindicato CGD diz que é prematuro anunciar formas de luta

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Sindicato "apreensivo" com consequências de uma recapitalização

Pedro Messias garante também que o sindicato acompanha com atenção as notícias em torno da recapitalização da Caixa, e de eventuais consequências para os trabalhadores: "ficamos sempre apreensivos com eventuais situações que decorram da recapitalização", afirma o sindicalista, que espera para ver: "vamos ver quais serão os procedimentos decorrentes dessa recapitalização".

Sindicato CGD acompanha recapitalização da Caixa

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Messias assegura ainda que as dificuldades de capital sentidas pela Caixa Geral de Depósitos foram, desde sempre, motivadas "por motivos políticos e de diretrizes governativas".

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