Numa nota divulgada, esta terça-feira, a S&P refere que o 'rating' (medida do risco de crédito que é tanto melhor quanto mais baixo for o risco), que se encontra actualmente em 'AA-', pode vir a ser cortado, avisando que as reformas estruturais do Governo se têm mostrado «insuficientes».
Deste modo, sublinha a S&P, a notação está agora sob «vigilância com implicações negativas», sinalizando um «potencial, mas não inevitável corte do 'rating' no curto prazo».
A colocação sob vigilância do 'rating' português reflecte a visão dos analistas da S&P de que «as medidas de reformas estruturais do governo são insuficientes» para trazer Portugal para o grupo dos países com 'rating' de 'AA'.
«O contexto de eleições ao longo de 2009 será menos favorável à implementação das reformas estruturais», avisa a S&P, nomeadamente no caso de «o PS ganhar as legislativas com maioria relativa».
Nma altura em que mantém uma elevada dívida e desequilíbrios, Portugal enfrenta desafios crescentes «ao nível da competitividade e do persistente e baixo» crescimento económico, nota ainda a S&P.
Este aviso da agência de notação financeira segue-se a alertas semelhantes feitos nos últimos dias para países como a Espanha e a Grécia.
Num comentário a este alerta, o Ministério das Finanças lembra que Portugal não é um caso isolado, atribuindo responsabilidades à crise em curso.
O gabinete de Teixeira dos Santos garante que o Governo vai continuar a tomar todas as medidas necessárias para combater as dificuldades, estimulando o investimento e defendendo o emprego.
No entender de Bruno Proença, director-adjunto do Diário Económico, as agências de 'rating' enfrentam, neste momento, um problema de credibilidade, mas o aviso da S&P não deve ser ignorado.
